Fique por Dentro

O papel estratégico da informação espacial

Há quem pense, nos dias atuais, que os mapas são apenas objetos de museu. Contudo, os mapas e a informação espacial extraída deles também têm o seu papel em nosso mundo atual de constantes inovações. Na verdade, como tantas outras coisas, eles acompanharam as mudanças tecnológicas da sociedade, digitalizando-se por meio dos Sistemas de Informação Geográfica (SIGs), além de seguirem as tendências propostas pela internet e pelas tecnologias da informação.

O seu potencial é ampliado quando se associa a ferramentas robustas de processamento de dados, sensoriamento remoto, análise espacial e geoestatística, bem como a ferramentas de visualização dinâmica em plataformas online, que permitem a navegação e interação do usuário e a escolha de camadas e dados para a geovisualização. Em um nível ainda mais avançado, deles podem ser extraídos dados estratégicos para uma tomada de decisão mais assertiva.

Por exemplo, quando se pensa em desenvolvimento regional, atração de investimentos ou mesmo alocação de recursos na formulação de políticas públicas, uma das questões mais importantes a ser respondida é “onde?”. O contexto geográfico tem se comprovado, ao longo do tempo, como uma variável importante no sucesso de um projeto. Portanto, a informação espacial é estratégica, e os mapas, analógicos ou digitais, ocupam um papel central. 

Pensando em explorar esse potencial para um segmento que é geográfico por natureza, o Observatório da Indústria desenvolveu o Atlas da Mineração do Ceará (Figura 1), uma ferramenta que traz mais clareza para o entendimento da formação geológica cearense e dados mais atuais das localizações de indícios, ocorrências e reservas de minerais específicos. Como uma de suas maiores vantagens, o Atlas permite estabelecer a relação entre uma localização selecionada e a situação geográfica próxima, como as cidades no entorno, a região de planejamento, a disponibilidade logística, interferências ambientais e territórios protegidos.

Uma das grandes vantagens do Atlas da Mineração do Ceará é a possibilidade de relacionar várias camadas de informações e identificar correlações de maneira visual. A iniciativa visou simplificar o manejo das bases georreferenciadas disponíveis e sintetizar um conjunto de dados importantes para a tomada de decisão, que antes não estavam juntos em um mesmo sistema. Essa ferramenta apoia diretamente os setores ligados à mineração, bem como o desenvolvimento socioeconômico do Ceará.

A versão impressa, com mais de 200 páginas, é composta por 52 mapas e 104 cartogramas, além das análises geológicas e socioeconômicas. A versão digital permite a consulta interativa das camadas geográficas utilizadas e está dividida em três grupos de dados: minerais, ambientais e territoriais. Além disso, um dos aspectos mais interessantes e voltados para o desenvolvimento regional é o uso das 14 Regiões de Planejamento do Ceará, contempladas por meio de mapas detalhados na versão digital e recortes específicos (preestabelecidos) disponíveis na ferramenta online (Figura 2).

O ATLAS DA MINERAÇÃO DO CEARÁ é resultado de uma iniciativa da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), por meio do Observatório da Indústria, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) e com apoio da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (ADECE). A FIEC tem como missão fortalecer a indústria e incentivar o desenvolvimento socioeconômico do estado, estimulando a competitividade, gerando novos negócios e consolidando vínculos institucionais.

Conheça mais sobre o projeto nos links abaixo:

Versão digital e-book: Atlas da Mineração do Ceará.

Versão online: Plataforma Online Atlas da Mineração do Ceará.

Por Rodolfo Finatti

Pesquisador especialista em Sistemas de Informação Geográfica no Observatório da Indústria - Sistema FIEC. Há mais de 10 anos atua com mapeamentos e análise da informação geográfica, desenvolvimento regional e clusters produtivos.