Uma pesquisa realizada pelo Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), avaliou a idade média das máquinas e equipamentos empregados na indústria do estado, buscando compreender a situação atual do setor.
De 1º a 14 de junho, um total de 95 empresas foram envolvidas nessa pesquisa. Os resultados apontam que a idade média das máquinas e equipamentos em uso no estado foi de 11 anos, contrastando favoravelmente com a média nacional de 14 anos.
O estudo reforça que a permanência de máquinas além de sua vida útil pode acarretar em altos custos de manutenção, consumo excessivo de energia, produtividade reduzida, qualidade inferior dos produtos e riscos à segurança.
É relevante observar que 13% dos entrevistados não souberam informar a idade média de suas máquinas, evidenciando a necessidade contínua de conscientização sobre a gestão do ciclo de vida dos equipamentos industriais. Empresários menos informados podem subestimar a importância da renovação e dos benefícios associados.
O estudo também destaca um investimento notável na aquisição de máquinas após 2016, o ano em que os conceitos e interesses da Indústria 4.0 começaram a se consolidar globalmente. Cerca de 43% das máquinas e equipamentos empregados na indústria cearense foram adquiridos após esse marco, enquanto na indústria nacional esse valor foi de 22%.
Nesse contexto, a pesquisa também revelou um cenário interessante de distribuição por décadas de aquisição. Enquanto apenas 7% do parque industrial cearense remonta às décadas de 1980 e 1990, um período anterior à popularização da internet no Brasil, 10% das máquinas foram produzidas entre 2003 e 2008. Observou-se, de forma alinhada ao cenário nacional, um período de aquisições intensas entre 2008 e 2013, correspondendo a 24% das aquisições, antecedendo a crise que se desenrolou de 2014 a 2016.
O estudo ainda investigou o ciclo de vida das máquinas e equipamentos, essencial para avaliar a necessidade de renovação. Os resultados indicam que 53% das empresas industriais no Ceará possuem máquinas com potencial para renovação, seja pelo fim de seu ciclo de vida ou pela ultrapassagem deste. Mesmo aquelas que estão dentro do ciclo estipulado pelo fabricante podem enfrentar desafios de competitividade devido à evolução constante das tecnologias.
A identificação de potenciais gargalos à competitividade industrial reforça a importância da realização de pesquisas primárias com os empresários locais. Neste contexto, o Observatório da Indústria da FIEC atua trabalhando em prol do desenvolvimento do setor industrial cearense.