A Sondagem Especial de Economia Circular realizada pelo Observatório da Indústria Ceará, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), traça um panorama do avanço das práticas no estado. O estudo ouviu 76 empresas de pequeno, médio e grande porte em fevereiro de 2025, mapeando iniciativas já adotadas, benefícios percebidos e desafios enfrentados pelo setor produtivo.
Dentre as práticas executadas nas empresas cearenses, o levantamento indica que a reciclagem de produtos é a mais difundida, praticada por 41% dos entrevistados. Em seguida estão o desenvolvimento de produtos mais duráveis (36%) e a incorporação de recursos reciclados ou recuperados (34%).
A pesquisa também identificou quais benefícios mais motivam as empresas a investir em economia circular. A melhora da imagem corporativa lidera com 43% das respostas, seguida pela redução de custos operacionais (39%) e pelo estímulo à inovação (37%). Para 33% das empresas, essas práticas também têm o potencial de abrir portas para novos mercados e atrair novos clientes.
Os entrevistados também apontaram os principais entraves para a ampliação da circularidade econômica nas empresas. Considerando as barreiras culturais e educacionais, a percepção negativa do consumidor sobre produtos reparados aparece em 34% das respostas, enquanto 30% dos empresários citam como obstáculo a falta de conhecimento do público sobre o tema. Já no campo tecnológico, a escassez de mão de obra qualificada desponta como maior entrave, citada por 37% dos entrevistados.
Limitações econômicas também são apontadas pelas empresas como desafios enfrentados. As taxas de juros elevadas são o principal obstáculo para 37% dos industriais, em um cenário em que a Selic se mantém em 15% desde junho de 2025. O excesso de burocracia nos processos de financiamento e a falta de soluções economicamente viáveis foram indicadas por 21% dos entrevistados.
Em relação às regulamentações, o levantamento mostra que normas educacionais (43%) e tecnológicas (38%) são percebidas como os principais estímulos para a economia circular, favorecendo a adoção de práticas inovadoras no setor produtivo. Por outro lado, regulamentações tributárias (50%) e econômicas (43%) são percebidas majoritariamente como obstáculos.
As empresas também foram consultadas sobre ações governamentais de apoio à transição para a economia circular. No âmbito regulatório, os entrevistados indicam que a simplificação de normas (57%) é fundamental para incentivar práticas circulares. Em relação às medidas econômicas, os empresários destacaram a importância da criação de incentivos econômicos para infraestrutura de reciclagem e logística reversa (54%) e o financiamento de projetos de inovação em circularidade (41%).
A sondagem revela que a economia circular já figura como tema relevante para empresas cearenses, embora ainda encontre barreiras para avançar de forma mais ampla. Os dados reforçam a importância de ações articuladas entre setor produtivo e governo para ampliar a adoção de práticas circulares no estado. Ao reunir informações sobre práticas, benefícios e desafios, o estudo oferece subsídios para orientar políticas públicas, apoiar decisões estratégicas e estimular iniciativas que integrem inovação, eficiência e sustentabilidade na indústria cearense.
Acesse a Sondagem Especial na íntegra.