Com um crescimento de 4,2% no Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro semestre de 2025, a economia cearense mantém desempenho acima da média nacional (2,5%). Os dados são da segunda edição do Boletim Trimestral do Observatório da Indústria Ceará e reforçam o protagonismo econômico do estado, que já soma oito trimestres consecutivos de resultados superiores aos do país. Para o acumulado do ano a previsão é de crescimento de 3,2%.
Em relação à produção física industrial, o Ceará teve desempenho acima da média regional.
Alguns setores industriais se destacaram no indicador, impulsionados pela demanda agrícola e pela pauta exportadora. Dentre eles estão Produtos Químicos (+31,7%), Metalurgia (+24,7%), Alimentos (+4,1%) e Couro e Calçados (+3,4%). As importações, por sua vez, caíram 9,4%, reduzindo o déficit comercial do estado.
Anderson Medeiros, pesquisador de Inteligência Competitiva do Observatório, interpreta os resultados como um reflexo da força da economia do estado diante de um cenário externo que apresenta desafios. “O comportamento da indústria cearense em 2025 reflete a maturidade e a resiliência do setor frente a um ambiente de maior incerteza. Segmentos como Química e Metalurgia têm mostrado capacidade de adaptação, com ganhos de mercado e diversificação de destinos comerciais”, avalia.
Além da indústria, o mercado de trabalho também teve papel relevante no resultado do trimestre, com a taxa de desocupação em 6,6% - a menor para um segundo trimestre desde o início da série histórica em 2012. O rendimento médio real também foi um destaque, alcançando o melhor desempenho já registrado.
A publicação também traz dados relacionados ao comércio exterior. Mesmo com o aumento das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros em agosto, o Ceará registrou crescimento de 40,4% nas exportações entre janeiro e setembro. O impacto da política americana foi mitigado pela diversificação dos destinos para a exportação de aço - com destaque para México e Polônia - e o avanço em outros segmentos que têm a China como parceiro comercial, como pedras ornamentais e peixes.
Em relação às expectativas dos industriais para os próximos seis meses, a publicação mostra que permanecem positivas, ainda que com cautela por conta do contexto exterior incerto. Esse otimismo se dá sobretudo pelos indicadores de Investimento, Demanda e Emprego.
Para David Guimarães, especialista em Inteligência Competitiva, a economia cearense demonstra maturidade. “Os resultados do Boletim mostram que o Ceará consolida uma trajetória de resiliência — com crescimento do tamanho do mercado doméstico e diversificação de mercados da indústria. Esses aspectos são estratégicos para sustentar o dinamismo industrial em 2026, especialmente num cenário global mais volátil”.
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