O cenário da inovação brasileira em 2025 reafirma tendências e revela novos movimentos estratégicos. Pelo quinto ano consecutivo, São Paulo mantém a liderança no Índice de Inovação dos Estados, figurando no topo em oito dos doze indicadores avaliados - de investimentos públicos em ciência e tecnologia à produção científica e sustentabilidade ambiental. O Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul completam o pódio, consolidando-se como pólos estruturados e consistentes no ecossistema de inovação.
Realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), por meio do Observatório da Indústria Ceará, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o estudo chega à sua sétima edição como pioneiro no Brasil no monitoramento do desempenho inovador de todas as unidades federativas. O levantamento conta ainda com o apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Sebrae Nacional, e se tornou referência para orientar políticas públicas, decisões estratégicas e articulações entre setor produtivo, academia e governo.
Entre os casos mais expressivos do índice está o de Mato Grosso do Sul, que avançou cinco posições no ranking geral desde 2021, saindo do 16º para o 11º lugar, puxado pelo fortalecimento da eficiência institucional e pelo aumento dos investimentos públicos em ciência e tecnologia. Sergipe e Acre também subiram no ranking, ambos com ganhos de duas posições.
Em diferentes dimensões do estudo, outros estados revelaram potencial de crescimento: Rondônia e Alagoas tiveram avanços significativos em infraestrutura e capital humano, enquanto o Piauí protagonizou uma das maiores evoluções institucionais, subindo nove posições.
Nordeste assume protagonismo
O ranking regional trouxe uma novidade: o Nordeste subiu uma posição e alcançou o 3º lugar nacional, ultrapassando o Centro-Oeste e o Norte. O avanço foi impulsionado por indicadores como Sustentabilidade Ambiental, no qual a região ocupa a vice-liderança nacional, apoiada na forte geração de energia renovável. Nesse campo, o Ceará registrou um salto expressivo, conquistando o 2º lugar entre todos os estados. Além disso, o Ceará encabeça o Índice de Inovação no Nordeste, seguido por Pernambuco.
Segundo Jefferson Gomes, diretor de desenvolvimento industrial, tecnologia e inovação da CNI, “esse é um sinal claro do potencial transformador da região. Estados como Ceará, Piauí, Alagoas e Pernambuco demonstram que, com políticas adequadas e investimentos consistentes, é possível alavancar a inovação mesmo em cenários desafiadores. O desempenho em áreas como sustentabilidade ambiental e capital humano revela vocações regionais que precisam ser fortalecidas”.
Uma fotografia estratégica da inovação brasileira
Ao combinar duas grandes dimensões — Capacidades e Resultados — e doze indicadores, o Índice de Inovação oferece uma fotografia precisa da estrutura e dos impactos da inovação no Brasil. Na dimensão Capacidades, são avaliados recursos como investimento público, infraestrutura e capital humano; já em Resultados, mensuram-se efeitos concretos, como propriedade intelectual, produção científica e sustentabilidade ambiental.
Para Guilherme Muchale, economista-chefe da FIEC e gerente do Observatório da Indústria, a estabilidade no topo do ranking e os avanços regionais revelam que a inovação é resultado de uma base sólida. “Infraestrutura qualificada, universidades de excelência, marcos institucionais consistentes e forte presença de empresas de base tecnológica formam o alicerce para um desempenho sustentável ao longo do tempo”, afirma.
O Índice de Inovação dos Estados 2025 não apenas consolida seu papel como instrumento técnico de monitoramento, mas também como catalisador de debates estratégicos sobre o futuro da economia brasileira, oferecendo insumos para que cada estado identifique vocações e construa políticas de desenvolvimento alinhadas à sua realidade.
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